ESG – ENVIRONMENTAL, SOCIAL AND CORPORATE GOVERNANCE

Importância e aplicabilidade

O ESG (Environmental, Social and Governance ou Ambiental, Social e Governança, em português) já é considerado uma das principais tendências para 2021 e para os próximos anos.

Os pilares do ESG fundamentam-se entre questões humanitárias que envolvem toda a sociedade, como racismo, desigualdade social e de gênero; assuntos relacionados ao meio ambiente e debates sobre a estrutura e atuação dos órgãos de governança das companhias.

É uma nova forma de avaliar as empresas de acordo com seus impactos – positivos ou negativos – no que se refere aos aspectos ambientais, sociais e de governança corporativa.

A avaliação da aderência das organizações às boas práticas de Governança Ambiental, Social e Corporativa é cada vez mais observada e, em alguns casos, requerida por investidores e stakeholders.

Isso faz com que a sua implementação acrescente relevante valor para as organizações.

Alguns dados relevantes que ajudam a entender como o ESG é uma tendência importante:

  • O mercado financeiro entende que investir em ativos sustentáveis não apenas dá mais resultado no longo prazo, como diminui o risco das carteiras;
  • Gestoras de fundos estão mais interessadas em compreender as questões ESG por que os clientes tem essa demanda;
  • No ano de 2020, 95% dos índices de bolsa com foco em sustentabilidade performaram melhor que os índices que não adotam esses critérios. O que demonstra que as empresas que tem melhores práticas de ESG podem ser mais resilientes que seus pares de mercados;
  • JGP e Santander Asset estão na lista de gestoras que usam critérios ESG em suas análises de ativos das carteiras de investimentos;
  • As gestoras Itaú, Fama, Constellation, Indie Capital e Brasil Capital adotam  critérios de sustentabilidade para a seleção de ativos;
  • O Bradesco criou um ranking para identificar as empresas de seu portfólio que mais investem de acordo com as melhores práticas ESG;
  • A B3 vem reestruturando os índices ISE B3 (Índice de Sustentabilidade Empresarial) e ICO2 B3 (Índice Carbono Eficiente) para torná-los mais atrativos ao investidor e anunciou uma parceria com a Standard & Poor’s (S&P), criando o índice S&P/B3 Brazil ESG; e
  • A B3 pretende lançar um índice ESG com as empresas listadas no mercado brasileiro, ampliando ainda mais o portfólio sustentável.

Ao mesmo tempo, vem ocorrendo um aumento na divulgação pelas empresas de capital aberto para demonstrar suas práticas relacionadas a parte do ESG.

Com base na análise dos formulários e  relatórios anuais divulgados em 2020 pelas empresas de capital aberto para a CVM, observa-se que já é muito relevante o volume de empresas que divulgam informações socioambientais, conforme o gráfico abaixo:

Apesar de ter apresentado crescimento em relação as divulgações das informações nos anos anteriores, ainda há muito para evoluir.

Nesse sentido, dois posicionamentos da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), demonstram como a autarquia vem valorizando o tema ESG e as divulgações de informações sobre o assunto:

  • 1º. anúncio do ingresso da autarquia no Pacto Global da ONU revelando o comprometimento do regulador com a agenda do Desenvolvimento Sustentável; e
  • 2º. audiência pública para a revisão da Instrução CVM 480, que regulamenta as informações divulgadas pelas empresas de capital aberto, propondo, dentre outras considerações, mudanças no Formulário de Referência para aprimorar a prestação de informações relacionadas aos aspectos ESG das Companhias, de modo a atender à crescente demanda e expectativas dos investidores e dos outros stakeholders acerca do tema.

Se aprovada a revisão da Instrução 480, deverão ser divulgadas, dentre outras, informações sobre:

  • Diversidade dos órgãos de administração e dos colaboradores;
  • Número de membros, por órgão de administração (diretoria e conselho), agrupados por gênero, assim como por cor ou raça;
  • Se a remuneração dos administradores é afetada por indicadores ambientas e sociais; e
  • Informações em relação à diversidade da força de trabalho e diferenças dos patamares de remuneração.

 

ESG – Transformar risco em oportunidade

Há aqui também uma relevante oportunidade para as organizações, além de adequarem-se as demandas dos stakeholders, fazer das práticas de o ESG um meio para melhorar sua atratividade junto a potenciais investidores, clientes, força de trabalho e stakeholders.

Para que as empresas possam evitar a exposição a grandes riscos e aproveitar essas oportunidades, elas devem se adequar e atender às demandas do mercado e da sociedade, por meio de:

  • Abordar a temática do ESG de uma forma holística;
  • Tratar o ESG como um todo, e não somente como uma questão de meio ambiente, como questões sociais ou de práticas de governança corporativa de forma isolada. Devem ser considerados os  três pilares: Ambiental, Social e Governança;
  • Entender que o ESG não se limita à um conjunto de letras;
  • Entender e conduzir o assunto de forma integrada, pois o tratamento de forma isolada, ou seja, apenas um de seus aspectos, não é o que se espera pelos princípios do ESG;
  • Integrar o ESG na cultura, nos valores e  no planejamento estratégico de longo prazo da empresa; e
  • Iniciar o processo dentro da organização, envolvendo todas as partes das linhas de defesa: gestão, governança e órgãos de controle e apoio.

O relevante do processo é efetuar uma avaliação de materialidade, que permite que as empresas identifiquem, refinem e avaliem potenciais questões ambientais, sociais e de governança.

Em uma análise simples e ilustrativa, apresentamos a seguir como o ESG pode ser abordado dentro de alguns dos principais mercados:

Real Estate

E – Saneamento, eficiência energética, proximidade com o sistema de transportes;

S – Diversidade, relação com a comunidade, cliente (satisfação do inquilino); e

G – Corrupção e suborno.

Manufatura

E – Pegada do carbono e Gestão de resíduos;

S – Direitos Humanos, Normas trabalhistas, Diversidade; e

G – Canal de denúncias, Compliance, Cadeia de abastecimento.

Serviços financeiros

E – Investimentos sustentáveis;

S – Privacidade e Proteção de dados; e

G – Compliance, Diversidade, Estrutura de Comitê de Auditoria.

Para um aprofundamento, o Sustainability Accounting Standards Board (SASB) desenvolveu um trabalho muito aprofundado e apresentou o SASB’s Materiality Map®, que identifica questões de sustentabilidade que são julgadas importantes para cada tipo de mercado e que podem afetar a condição financeira ou o desempenho operacional de empresas dentro desses mercados.

A seguir apresentamos uma parte do conteúdo produzido e que pode ser acessado clicando no link: http://materiality.sasb.org

 

 

ESG – como dar os primeiros passos?

Para ajudar as organizações a começar o processo de adequação às práticas do ESG, listamos uma sugestão dos principais passos a serem adotados, não representando necessariamente uma lista sequencial, exaustiva ou obrigatória:

  • entender as diretrizes estratégicas e o modelo de negócio da empresa e correlacionar as questões de ESG com esse entendimento;
  • identificar os riscos estratégicos do setor, mudanças de comportamento esperadas, rever os critérios para a escolha de parceiros e fornecedores;
  • conhecer e avaliar como as demais empresas do setor estão tratando as práticas de ESG (benchmarking);
  • acionar e estabelecer um canal de comunicação com os stakeholders para entender os pontos de maior valor para esses interessados e que deverão ser abordados dentro da organização;
  • avaliar quais as práticas e iniciativas já existem dentro da companhia, por meio de um diagnóstico de quais práticas seriam exigidas ou recomendadas versus as adotadas;
  • traçar um plano estratégico e de trabalho para suprir e vencer os desafios e alcançar os objetivos;
  • organizar um plano de divulgação da aderência positiva da organização às práticas de ESG; e
  • buscar conhecimento e experiência de consultorias externas para assessorar no processo.

A PP&C, além de ser uma Firma Signatária do Pacto Global da ONU, com responsabilidade em relação aos seus atos perante o mundo, também presta assessoria e consultoria aos clientes que desejam iniciar sua jornada de implementação das ações de ESG em suas organizações.

Quer saber mais, sanar dúvidas ou simplesmente conversar com um especialista no assunto? Entre em contato com nosso Sócio de Advisory Services e Líder da prática de ESG, Sr. Marcos Rodrigues, pelo e-mail ma.rodrigues@ppc.com.br ou o telefone 11 3883-1600.

 

Fontes bibliográficas utilizadas

Fonte da informação complementar do ValorInveste:

https://valorinveste.globo.com/produtos/fundos/noticia/2020/07/14/conheca-quais-investimentos-sustentaveis-estao-disponiveis-para-o-brasileiro.ghtml

Fonte Global Sustainable Investment Alliance:

http://www.gsi-alliance.org/

Fonte do Pacto Global da ONU:

https://www.pactoglobal.org.br/a-iniciativa

CVM – Comissão de Valores Mobiliários

https://www.gov.br/cvm/pt-br

 

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